Bombeiros de Santa Catarina são os primeiros do país a contar com câmara hiperbárica

11/05/18 às 08h08
Atualizado em 13/02/24 às 04h20
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  O Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC) é o primeiro do país a contar com uma câmara hiperbárica móvel. Por estar montado dentro de um contêiner, o equipamento pode ser transportado até o local da ocorrência para prestar socorro a vítimas de incêndios e de acidentes de mergulho. A inovação, fabricada em Sorocaba (SP) e avaliada em R$ 691 mil, foi adquirida com recursos do Pacto por Santa Catarina.
Segundo o tenente-coronel Helton de Souza Zeferino, cinco soldados já foram preparados para operar a câmara nas situações relacionadas a salvamentos aquáticos e atuarão como multiplicadores, ou seja, irão dividir os conhecimentos com os colegas. O treinamento em medicina hiperbárica para os demais casos ainda será ministrado. Nessa modalidade terapêutica, o paciente respira oxigênio 100% puro enquanto é submetido a uma pressão de duas a três vezes superior à atmosférica ao nível do mar.
– Sob essas condições, o oxigênio ajuda no tratamento de intoxicações pela aspiração excessiva de monóxido de carbono, na cicatrização de feridas complexas, como queimaduras, e no combate a infecções, entre outras aplicações – explica o militar, que também é médico.
O equipamento do CBMSC tem formato cilíndrico e ocupa praticamente um contêiner inteiro. Vazio, pesa três toneladas – 400 quilos só para a porta. É composto por duas câmaras, uma menor e a principal, com capacidade para uso simultâneo de quatro pessoas. Com máscaras especiais, que dispõem de sistema de microfonia, os usuários recebem oxigênio em níveis adequados para o restabelecimento físico em um ambiente com temperatura e pressão reguláveis.
Do lado de fora, a equipe de saúde monitora o estado do paciente por meio de câmeras e comunicação verbal. Todos os controles são automatizados. Três escotilhas permitem o contato visual do que acontece no interior. Há, inclusive, a possibilidade de atendimento com uso de maca, proporcionando uma recuperação mais rápida em casos de politraumatismo, por exemplo.
– Em um incêndio como o ocorrido em 2013 na boate Kiss, em Santa Maria (RS), se houvesse uma câmara hiperbárica aumentaria consideravelmente as chances de sobrevida, tanto de vítimas quanto de bombeiros – diz Severino.
O equipamento é imprescindível para corporações que lidam com atividades de mergulho, atesta o tenente-coronel. A opção pelo sistema móvel amplia as finalidades da aquisição: seja em qual lugar for necessária, basta acoplá-la a um caminhão para que acompanhe os bombeiros. Atualmente, de acordo com ele, há uma única câmara hiperbárica de Florianópolis, na maternidade Carlos Corrêa.

 

 

 

Por Emerson Gasperin Foto: Leo Munhoz / Diário Catarinense

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