Descoberta de variação do vírus da dengue em Santa Catarina alerta para risco de contrair a doença

16/11/18 às 20h20
Atualizado em 07/03/24 às 06h37
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Por Dagmara Spautz

 A chegada de um novo sorotipo do vírus da dengue a Santa Catarina, o Den-2, identificado pela primeira vez em pacientes em Itapema neste ano, acende o alerta para o risco de contaminação com a doença. Com o novo tipo, mesmo pessoas que já contraíram dengue podem ser infectadas novamente.

Coordenador do Programa de Controle da Dengue na Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Dive-SC), João Fuck explica que há quatro sorotipos de dengue identificados e circulando pelo Brasil. Assim como vírus da gripe, o da dengue também sofre mutações.

Até então, circulava no Estado apenas o vírus Den-1. Quem foi infectado nos últimos anos ficou imune a esse vírus, mas pode contaminar-se novamente com o Den-2. Esse sorotipo causa quadros mais graves da doença do que o anterior, segundo a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).

A situação preocupa porque Itapema, Camboriú e Balneário Camboriú concentram todos os casos autóctones de dengue em Santa Catarina em 2018 — ou seja, que tiveram transmissão local. São 33 casos no total, 26 em Itapema, 6 em Balneário Camboriú e 1 em Camboriú, segundo dados da Dive-SC.


Fuck diz que o risco dos casos autóctones é que, como a transmissão é local, o risco de uma “transmissão explosiva”, com diversos casos de dengue, aumenta. Mas a possibilidade de contrair dengue, febre chikungunya ou zica vírus — que também são transmitidos pelo mosquito aedes aegypti — não é exclusiva da região.

Em todo o Estado, a quantidade de focos aumentou 40% este ano. Santa Catarina tem hoje 75 municípios considerados infestados, especialmente no Oeste e no Litoral, na região de Itajaí e da Grande Florianópolis. A preocupação aumenta porque são locais de turismo intenso, principalmente no verão.

A Dive-SC tem acompanhado os trabalhos feitos em cada município, e intensificado as orientações na rede de saúde para melhorar as notificações de casos suspeitos. Médicos de Itajaí passaram recentemente por capacitação, que também será feita com profissionais de Itapema e Camboriú.

Reforço

 

Em Itapema a confirmação de 26 causos autóctones de dengue fez ampliar o número de agentes de combate ao mosquito aedes aegypti. Joane Rodrigues Paz, coordenadora do Programa de Controle da Dengue, diz que desde que o trabalho foi intensificado não foram registrados novos casos da doença.

 

Veraneio

Um dos grandes problemas para cidades como Itapema e Balneário Camboriú, no controle da dengue, é a quantidade de casas e apartamentos de veraneio que passam a maior parte do ano fechados. Muitos acumulam água parada, e se tornam um chamariz para o mosquito.

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