Autismo pode estar relacionado ao sangue do cordão umbilical; entenda

06/11/24 às 19h19
Atualizado em 04/12/24 às 08h34
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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Recentemente, pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, encontraram uma possível conexão entre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), mais conhecido como autismo, e compostos presentes no sangue do cordão umbilical. Os japoneses examinaram os níveis de ácidos graxos em amostras de sangue do cordão umbilical de 200 crianças.
Os resultados estão disponíveis no periódico científico Psychiatry and Clinical Neurosciences. Em especial, nesta pesquisa foi analisada a presença de um composto conhecido como diHETrE, um diol derivado do ácido araquidônico.

Contudo, segundo os cientistas, os níveis de diHETrE no sangue do cordão umbilical impactaram significativamente os sintomas subsequentes de TEA em crianças e também foram associados ao funcionamento adaptativo prejudicado.

Conforme os cientistas, níveis elevados de diHETrE estariam associados a uma maior dificuldade em interações sociais, enquanto níveis mais baixos do mesmo composto tendem a estar ligados a comportamentos repetitivos e restritivos. No entanto, a relação se mostrou mais evidente entre meninas.

Por fim, a dinâmica desse composto durante o período fetal parece desempenhar um papel importante no desenvolvimento infantil.

Níveis de diHETr e o autismo
As amostras de sangue analisadas foram preservadas desde o nascimento das crianças e, aos seis anos de idade, os sintomas de TEA foram avaliados com o auxílio das mães. Entretanto, com base nesses dados, os pesquisadores sugerem que a medição dos níveis de diHETrE poderia, no futuro, servir como um indicador para identificar crianças com risco de desenvolver autismo.

Os japoneses indicaram ainda que a inibição do metabolismo do diHETrE durante a gravidez poderia ser uma possibilidade para reduzir traços de autismo, embora ressaltem que mais estudos sejam necessários para confirmar essa hipótese.

O transtorno
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que aproximadamente 70 milhões de pessoas vivem com o Transtorno do Espectro Autista no mundo. Enfim, o transtorno é uma condição neurológica que afeta a percepção, a comunicação e o comportamento.

As características do autismo geralmente podem ser observadas na primeira infância, mesmo que diagnóstico definitivo ocorra anos depois. Embora pesquisas como essas apontem as possíveis causas, estas, de fato, ainda não foram comprovadas cientificamente.

Veja alguns sinais presentes em pessoas com autismo:
Evita ou não mantém contato visual
Não responde ao nome aos 9 meses de idade
Não mostra expressões faciais como feliz, triste, zangado e surpreso aos 9 meses de idade
Faz poucos ou nenhum gesto aos 12 meses de idade (por exemplo, não dá tchau)
Não compartilha interesses com outras pessoas aos 15 meses de idade (por exemplo, mostrar um objeto que eles gostam)
Não aponta para mostrar algo interessante aos 18 meses de idade
Não percebe quando os outros estão feridos ou chateados aos 24 meses de idade
Não finge ser outra coisa, como professor ou super-herói, durante a brincadeira aos 48 meses de idade
Não canta, dança ou atua para você aos 60 meses de idade
Alinha brinquedos ou outros objetos e fica chateado quando a ordem é alterada
Repete palavras ou frases várias veze
Brinca com os brinquedos sempre da mesma forma
Está focado em partes de objetos (por exemplo, rodas, e não no todo)
Fica chateado com pequenas mudanças
Tem interesses obsessivos
Gosta de seguir certas rotinas
Bate as mãos, balançar o corpo ou girar em círculos
Tem hipersensibilidade a sons, cheiros e texturas
Competências linguísticas atrasadas
Habilidades de movimento atrasadas
Habilidades cognitivas ou de aprendizagem atrasadas
Comportamento hiperativo, impulsivo e/ou desatento
Epilepsia ou transtorno convulsivo
Hábitos incomuns de comer e dormir
Humor incomum ou reações emocionais

FONTE: GUARAREMA NEWS

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