Câmara e Autopista discutem acesso ao Sertão de Santa Luzia

19/03/19 às 12h12
Atualizado em 16/06/25 às 04h53
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 “Uma tragédia anunciada”. Essa frase correu a boca dos presentes durante uma reunião realizada quarta-feira (13) na Câmara de Vereadores de Porto Belo, marcada com o propósito de solucionar o problema de acesso aos bairros de Sertão de Santa Luzia e do Valongo. Foi dita primeiro por Duílton dos Santos, 54, mecânico aposentado e morador da primeira daquelas duas localidades, depois repetida pelo vereador Jonas Amadeu Raulino e novamente pelo prefeito Emerson Stein.

A tragédia a que se referiam diz respeito ao retorno que faz a ligação entre as duas localidades e o resto do município. Distante um quilômetro da praça de pedágio da Autopista Litoral Sul, bem defronte à saída dos bairros, exige que os motoristas façam uma manobra arriscada, cruzando as duas pistas da 101 para ir de um sentido a outro. Ao menor descuido, um choque de veículos pode ocorrer.

 

“Teve um [acidente] anteontem”, informou o operário fabril aposentado Ari Nilz, 72, membro da comitiva de moradores que participou da reunião na Câmara e usa o retorno com frequência. “Dá medo”, acrescentou Duílton, admitindo ter passado apertos no local. Como alternativa, os usuários precisam dirigir até o quilômetro 166 da rodovia, 4,5 km adiante, e usar a saída de acesso ao bairro da Praça, no município de Tijucas.

A principal preocupação é com o transporte escolar: o ônibus que traz os 130 estudantes do Sertão e do Valongo para as escolas do outro lado da BR cruza a rodovia quatro vezes por dia. “Uma carreta já arrancou o retrovisor [do ônibus]”, informou Osvaldo Neto, diretor de transporte escolar da prefeitura. Ele explica que não há faixa de aceleração suficiente para que o veículo adquira velocidade e realize a manobra com mais segurança.

 

VIADUTO

O que os moradores da comunidade querem é que seja construído um viaduto. O pedido não é novo, por isso a Câmara de Vereadores promoveu a reunião, à qual compareceram os vereadores Altino Júnior (PSD), Diogo Santos, Jonas Raulino e Célio Ramos (MDB), Silvana Stadler (PTB) e Jonatha Cabral (PT), o prefeito Emerson Stein (MDB), seu vice Elias Cabral (PSD), e os representantes da concessionária Autopista Litoral Sul, responsável pelas melhorias nesse trecho da rodovia: Marcelo Possamai (coordenador de projetos), Juarez Cordeiro (gerente de investimentos) e Heloísa Correia, engenheira.

Retorno atualmente usado para a ligação entre os bairros é considerado perigoso
Os técnicos da empresa ouviram as considerações dos parlamentares e dos chefes do Executivo e informaram que existe um projeto protocolado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) — órgão responsável por autorizar a realização de obras nas rodovias federais — para a construção de vias marginais e viadutos nos dois sentidos da rodovia. No começo de março, a agência enviou ofício à concessionária requerendo o envio de um plano mais detalhado, o que deve ser respondido até o final do mês. Mesmo assim, não existe prazo para o início dos trabalhos nem garantia de que a ANTT dará o seu aval. “A concessionária não detém esse poder para garantir que vai sair”, admitiu Juarez.

Por isso, os vereadores Jonas, Célio e Diogo irão a Brasília nesta segunda-feira (18) para tentar agilizar o processo. Além de visitar a autarquia federal, a comitiva portobelense fará visitas ao gabinete de vários deputados federais para buscar apoio e conseguir, enfim, tirar o viaduto do papel. Se nada disso der certo, Jonas não descarta mobilizar a população para protestar: “Se precisar parar a BR, nós vamos parar”, garante.

 

 

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