Caminho da Santa Paulina: Camboriú e Tijucas primeira etapa do Caminho

16/03/17 às 17h17
Atualizado em 18/11/24 às 18h20
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Faz anos que o meu amigo escritor, historiador e museólogo me espicaça com a história de montar um caminho de peregrinação.
Essa ideia vem desde a época do lançamento do livro Caminho de São Tomé. Ele, Isaque de Borba Correa, vem com isso na cabeça de fazermos um circuito entre Camboriú e Nova Trento, com o nome de Caminho da Santa Paulina, gostei da idéia e iniciamos uma odisseia.

le me levou em Garuva na escada que foi usada pelos Jesuítas, rodamos Nova Trento em busca do acesso usado na época em que a Madre tinha seus hábitos aqui na terra, isso foi com apoio do Secretário de Turismo de Nova Trento. O Isaque foi a Iguapé, pesquisou sobre Compostela e fez muitas buscas e investimentos e nada de resultados, mas a semente estava sendo plantada.
Hoje depois de muitos traçados, mapas, trilhas e investidas na busca do melhor caminho e que tenha as características necessárias para atender uma demanda de peregrinos como também os turistas e cicloturistas, fomos conhecer o caminho que liga o bairro dos Caetés em Camboriú ao bairro rural Oliveira em Tijucas, que é a primeira etapa do circuito.
Descobrimos um tesouro turístico escondido em meio a mata atlântica, com cenário rural e nativo, com riachos, vales, montanhas e com uma infraestrutura básica. Mas para nossa surpresa encontramos três pontos de apoio espetaculares, num percurso de 48 km que liga Camboriú até Tijucas na zona rural.

O circuito inicia aqui em baixo no Califas e o check in é na Fazenda Pousada dos Caetés, com chalés, piscinas, quadras polivalentes, e muitos entretenimentos, a qualidade é perfeita em tudo na fazenda.
Mais adiante, o nosso guia e diretor da secretaria de obras de Camboriú, Esmael Rosa nos apresentou o Rancho do Joel que eu já conhecia de nome a vários anos, mas por estar localizado numa área totalmente isolada nunca tive a oportunidade de ir pessoalmente.
Me surpreendi com que encontramos lá, e sabe quando você sente que esse é literalmente o caminho? Então, a quilômetros do centro urbano encontramos um belo de um sítio com serviços de lanchonete e refeições básicas, cerveja gelada e a opção de locação de hospedagens, num local com trilhas para prática do off road e motocross, com um ar de sítio praiano que é bem destinto dos encontrados no Vale Europeu ou em outras regiões do estado, e está localizado bem na divisa dos dois municípios.

Após conhecer o local e saber que o administrador é amigo intimo do historiador, de Ismael e também já foi vereador em Balneário Camboriú, facilitou tudo. Seguindo nosso caminho o nosso condutor e conhecedor de todas as vias rurais e tifas de Camboriú falou 'agora vai iniciar as belezas".
E foi o que me impressionou, além das duas propriedades, o visual ecológico que você encontrará nesse caminho é surpreendente, entre as curvas dessa estrada o riacho corta e cruza em vários pontos fazendo um show que a natureza nos presenteia aqui bem pertinho da Capital do turismo.
No ponto em que eu menos esperava, ou melhor quando comecei a me preocupar, pois já tínhamos rodado da última parada uns 30 minutos, um rio corta nossa estrada, e do outro lado um restaurante com estrutura certa e necessária inclusive com wifi, para se conetar com a civilização. A partir desse ponto o trajeto é pela zona rural de Tijucas.

 

E o espetáculo continua, o cenário que tem nessa região do outro lado dos grandes morros de Camboriú é herança dos primeiros imigrantes do Vale do Tijucas.
As construções, as estufas de fumo hoje desativadas, feitas de tijolo maciço e telhados que nos remetem à Itália, as vinícolas, os alambiques, as atafonas que são encontrados a cada curva, como também um número impressionante de lavouras de maracujá, feijão, batatas, milhos, os belos arrozais, os ranchos de canela preta com telhados centenários são locais de trabalho dos agricultores, na sua grande maioria descendentes de italianos, completam assim juntamente com a gastronomia italiana um passeio único, exclusivo, cheio de emoções, experiências, superação, cultura e fé.
A estrada que cruza essa parte da mata entre esses dois municípios só dá pra fazer caminhando, de bicicletas, moto e carros 4x4.

E para termos um diagnóstico turístico de um profissional da área convidei para participar dessa ação a minha amiga Vera Lucia Rodrigues, guia de turismo registrada no Cadastur para avaliar o projeto, o roteiro e a infraestrutura.
Idealizador: Isaque de Borba Correa.

Diretor de Obras de Camboriú: Esmael Rosa
 

Escrito por Marcos Vinicios Pagelkopf - Jornal Página 3

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