Criança é internada após banho de mar em Itapema

10/01/19 às 19h19
Atualizado em 10/03/24 às 17h53
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 Quem reside na região sabe quais são as praias apropriadas para banho, porém os turistas que chegam para veranear muitas vezes desconhecem os problemas que poderão enfrentar. Isso aconteceu com uma família paranaense que precisou retornar às pressas para Curitiba, em busca de atendimento médico para o pequeno Benício, uma criança que precisou ser internada para receber tratamento de urgência.

A família da criança é de Umuarama - PR e na manhã desta quarta-feira teve alta do Hospital Pequeno Príncipe, maior unidade pediátrica da capital paranaense. Segundo o relato da mãe, no 5° dia de férias em Santa Catarina o menino começou a apresentar vômito e diarreia. Ele foi levado para o Hospital Santo Antônio, em Itapema, porém haviam cerca de 50 pessoas na fila para serem atendidas. Muitos estariam com os mesmos sintomas. A espera foi longa e só quando o dia amanheceu a família conseguiu que uma pediatra particular atendesse Benício, que foi diagnosticado com início de inflamação na garganta e ouvido.

Durante três dias o menino recebeu tratamento com antibiótico e demais medicamentos, no entanto não apresentou melhoras. Neste momento a família diz ter percebido que a Meia Praia (SC) não tinha estrutura suficiente para trata-lo e retornou rapidamente ao Paraná.

Ao chegar no Hospital Pequeno Príncipe, em menos de 20 minutos foram atendidos pelo Dr. Victor Horácio, que rapidamente examinou o paciente e solicitou internação imediata. Depois de uma série de exames, veio o diagnóstico: Infecção Intestinal Grave.

O médico declarou que nos anos anteriores recebia muitos pacientes com gastroenterite contraída nas praias do Paraná, motivo pelo qual estranhou o grande número de crianças com os sintomas da doença após passarem alguns dias nas praias de Santa Catarina.

Ele chegou a entrar em contato com a Vigilância Epidemiológica para que os órgãos competentes da área de saúde fossem notificados sobre a situação no litoral catarinense, informando a sua observação.

A mãe da criança fez a seguinte declaração nas redes sociais: "Acredite se quiserem: eles responderam informando que está sendo despejado esgoto sanitário no mar. Viajamos em 4 adultos e 3 crianças. Destes, 3 adultos e 2 crianças passaram mal, com vômitos e diarreia. Quero alertar a todos que infelizmente SC não tem o mínimo de respeito com o ser humano! É inadmissível aceitar escoamento de ESGOTO SANITÁRIO em um mar onde banham-se pessoas, mas principalmente crianças e bebês! Balneário Camboriú, Itapema e Meia Praia não tem condição NENHUMA de receber turistas durante a temporada. Isso mostra a maior falta de estrutura e de respeito por quem por lá passeia.", finaliza a mãe na publicação.

E de quem é a culpa?

Já se vai longe o tempo em que era chique veranear nos vizinhos balneários de Itapema, Porto Belo e Bombinhas. Hoje a superpopulação transitória de turistas transformou a região no alvo das mais diferentes críticas e denúncias, que podem trazer resultados economicamente negativos. Nas redes sociais um dos principais assuntos é a poluição do Canto da Praia, Meia Praia e Perequê, provocadas pelo despejo criminoso de esgotos e outros dejetos nos cursos de água que desembocam no mar.

O caso da poluição do rio Perequezinho, na divisa entre Meia Praia e Perequê já foi noticiado por toda a imprensa catarinense e as temporadas de veraneio vão passando sem que uma solução definitiva seja encontrada, e a falta de atitude dos órgãos ambientais traz a indignação de quem sofre na pele as consequências de passar as férias em praias poluídas da região.

As unidades de saúde da Costa Esmeralda não tem estrutura suficiente para atender toda a demanda e por conta disso muitos turistas procuram o Hospital São José e o Pronto Atendimento 24h de Tijucas. O Hospital Santo Antônio, de Itapema, trabalha com até três médicos nos períodos de pico, chegando aos 300 pacientes por dia, mas todo esse esforço não é suficiente. Lá existe um sistema de triagem semelhante ao do hospital de Tijucas, com a distribuição de pulseiras coloridas que identificam a prioridade no atendimento. Amarelo e laranja recebem atendimento imediato, enquanto as azuis e verdes tem que aguardar até que possam ser chamados. Quando há muita gente com essas cores, os turistas e até mesmo a população fixa recorrem à Tijucas.

Segundo informações colhidas no Hospital São José, o número de atendimentos praticamente dobrou depois do Natal. A maioria dos pacientes, cerca de 8 em cada 10, apresentam os mesmos sintomas de virose supostamente provocada pelos banhos de mar na Meia Praia, em Itapema: náuseas, vômitos e diarreia.

A imprensa tem sido acionada diariamente por veranistas inconformados com episódios que assustam. Na terça-feira circulou um vídeo amador em que aparece um caminhão da Prefeitura de Itapema despejando um líquido preto numa vala do bairro Morretes. A prefeitura diz que eram dejetos removidos da rede pluvial, inclusive resíduos de cimento da tubulação, mas a explicação aparentemente não convenceu turistas e moradores.

Fonte; Jornal Razão

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