21/01/22 às 20h20
Atualizado em 22/09/24 às 06h51
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Foto: Arquivo pessoal
Ela foi imunizada no dia 13 de janeiro, antes das doses pediátricas chegarem ao município
Uma família de Guabiruba entrou em contato com o jornal O Município na manhã desta sexta-feira, 21, afirmando que a sua filha, de 9 anos, recebeu a dosagem adulta da vacina contra a Covid-19, da marca Pfizer.
Segundos os pais da menina, duas servidoras da Saúde estiveram na casa deles e falaram que foi aplicada a vacina errada. Em vez da pediátrica, a menina recebeu a dose adulta que é cerca de três vezes mais forte.
A mãe da menina conta que no dia 13 de janeiro foi até a Policlínica de Guabiruba para tomar a primeira dose da vacina contra Covid-19. Ela estava acompanhada do filho, de 15 anos, que também tomaria a vacina, e da filha, de 9.
A mãe diz que chegou na Policlínica, pediu pela vacina e enquanto falava com a moça da triagem, a vacina foi preparada e aplicada na filha.
Após receber o imunizante, a menina saiu da sala para que o irmão pudesse entrar. Neste momento, a mãe conta que pediram o cartão do SUS e só então perceberam que a criança tinha apenas 9 anos. “A moça colocou no sistema e perguntou se ela só tinha 9 anos, e eu respondi que sim”.
A mãe e o filho de 15 anos receberam a carteirinha com o comprovante da primeira dose. A carteirinha da filha, entretanto, não foi entregue. “Eu perguntei da carteirinha dela e a moça disse que a dela era diferente, que ela só receberia depois da segunda dose. Achei que era normal”.
No dia seguinte à vacina, os problemas começaram. A menina teve uma convulsão e precisou ser levada ao hospital. Os pais afirmam que isso nunca havia acontecido.
“Ela começou a convulsionar e ficamos muito assustados. No começo achamos que ela estava engasgada ou tendo um ataque do coração. Só depois fomos entender que era uma convulsão”, relata o pai.
A menina foi levada para o Hospital de Guabiruba e, em seguida, para o Hospital Azambuja. O pai afirma que foi o médico do Azambuja que levantou a hipótese de a convulsão ser ocasionada pela vacina. “Ele perguntou se ela foi vacinada e respondemos que sim. Até então, nem passou pela cabeça que poderia ser da vacina, porque ela sempre tomou todas e nunca teve nada”.
Dias após a vacina, duas servidoras da Saúde foram até a casa da família. Lá, perguntaram se a menina teve alguma reação ou se foi levada ao hospital. A mãe respondeu que sim. Só então, a família foi informada que a dose aplicada na menina foi errada. “Elas falaram que o médico que nos atendeu acionou o Ministério da Saúde e que foi aplicada a vacina de adulto nela. Pediram desculpas e falaram que erros acontecem”, diz a mãe.
Segundo os pais, as servidoras da saúde afirmaram que a família poderia ir ao hospital caso a menina tivesse novas reações, e que teriam atendimento prioritário. Porém, eles destacam que na prática isso não acontece.
A família afirma que todas as vezes que procurou o hospital, esperou muito tempo para ser atendida. Além da espera, relatam que a crise de convulsão da criança geralmente passa e o hospital afirma que não há nada de errado com ela.
Eles questionam ainda o fato de nenhum documento sobre o erro ter sido entregue, somente a carteira de vacinação da menina, com as informações da primeira dose.
Convulsões
A menina passou por uma consulta com pediatra nesta sexta-feira, 21, e a médica solicitou diversos exames.
A mãe afirma que as vacinas da família sempre estiveram em dia e que todos estão muito assustados com a situação.
“Minha filha nunca teve nada, sempre foi muito saudável, e agora está com um problema sério, com crises de convulsão, tremores. Ela não quer mais dormir, porque tem medo de convulsionar a noite e morrer. Nem perguntaram nada antes de aplicar, foi tudo muito rápido”.
Vacina diferente para crianças
A vacinação para crianças de 5 a 11 anos iniciou em Guabiruba somente na quinta-feira, 20, sete dias depois da aplicação da vacina na menina. Para esta faixa etária, é utilizada uma vacina diferente, a pediátrica, que é apenas um terço da aplicada em maiores de 12 anos, caindo de 30 microgramas para 10 microgramas.
A formulação da vacina para crianças é de duas doses de 0,2 mL. Para jovens e adultos, as doses são de 0,3 mL. A nova vacina tem a tampa de cor laranja, já a aplicação da vacina em crianças é feita com seringas de 1 ml e deve estar 20% preenchida.
Secretaria se manifesta
Procurada por O Município, a Secretaria de Saúde se manifestou por meio de nota, informando que está apurando o caso. Confira a nota na íntegra.
“A Secretaria de Saúde informa que está apurando os fatos e dando suporte para a família. A criança vem sendo acompanhada pela equipe, já passando por consulta médica para avaliação”.
Fonte: Jornal O Município /Brusque
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