Estudante de Santa Catarina desenvolve bengalas com sensor para cegos inspirado em amiga

09/08/19 às 13h13
Atualizado em 24/11/24 às 23h14
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 Aos 13 anos de idade, o estudante Felipe Rodrigues desenvolveu um sensor de obstáculos de bengalas para cegos e conquistou o primeiro lugar no país no concurso realizado pela escola de Programação e Robótica, em que estuda em Itajaí.

A paixão por um componente tecnológico fez ele desenvolver o projeto para o desafio da escola. Os alunos tinham que criar um aplicativo, um jogo ou um protótipo que resolvesse um problema real. E o que é que o Felipe fez? Simplesmente pensou no próximo.

"Eu programo no computador, mando pra essa placa, que ela vai fazer todos os componentes funcionarem. A minha bengala eu uso um interruptor para economizar bateria. Ela começa a detectar [obstáculo] com 50 centímetros. Quando eu vou me aproximando [com a mão] ela dá um som mais rápido", explica.

O Felipe teve uma inspiração para criar a bengala. Foi a amiga Isabela Maestri. Ela é cega desde que nasceu, e é prima de uma prima dele.

"Ela tem 12 anos, ela não consegue enxergar nada, aí eu fiz mais esse projeto pra tentar ajudar ela ou botar ela como exemplo em ajudar o próximo."
E o coração do Felipe é tão grande, que ele até queria mais. "Eu gostaria de fazer ela voltar a enxergar, que eu vejo que um deficiente visual só imagina, a mãe o pai, as outras pessoas, só sente com a mão, então eu gostaria de fazer ela voltar a ver a mãe e o pai, as outras pessoas, só que eu não sei se isso dá."


Mesmo que não dê, a ideia do Felipe tem um valor imenso. E a Isabela, que já testou a invenção, sabe muito bem disso.

"Eu achei muito legal, pode ajudar qualquer pessoa, independente da deficiência que tem", diz Isabela.
A mãe dela, Arlete Maria Maestri, também aprovou. "Mesmo ele não tendo muito contato com ela, ele se preocupou com a necessidade dela e teve uma ideia muito interessante e que facilita a vida do deficiente visual."

Primeiro lugar
A ideia do Felipe conquistou o primeiro lugar entre os estudantes de 10 a 13 anos da rede de ensino, de todo o Brasil. Pensa no orgulho da mãe dele, Adriana dos Santos Rodrigues.

"Pra gente como mãe é um orgulho né, é um mérito saber que tu tem um filho que se preocupa com o próximo, sem contar que ganhar um concurso desse né? É uma coisa muito importante, foi um momento inesquecível pra nós."

Para o diretor da escola, Ricardo Paiva Garcia, esse tipo de desafio é uma forma de estimular a criatividade dos estudantes.

"A gente faz com que eles consigam usar a tecnologia de forma consciente, né, consegue desenvolver o lado do empreendedor dele, desenvolvendo esses tipos de projetos."

 

 

Bengala tem sensor para obstáculos — Foto: NSC TV/Reprodução

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