Homem que matou médica estrangulada em apartamento de Itapema é preso

14/04/21 às 20h20
Atualizado em 16/02/24 às 05h36
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Foto: Divulgação/Arquivo

O homem, que confessou ter matado a médica Lúcia Schultz, de 59 anos, em Itapema, em março de 2020, foi preso pela Polícia Civil nesta quarta-feira (14), em Charqueadas (RS). Foragido desde setembro, Ireno Nelson Pretzel, de 65 anos, foi encontrado na casa da nova namorada, a qual conheceu pela internet no final do ano passado. O delegado responsável pela detenção, Marco Schalmes, conta que a mulher, de 63 anos, não sabia do crime cometido pelo parceiro, duvidou dos policiais e ficou em choque.


“Eles estavam na cozinha preparando o almoço. Tive que mostrar uma reportagem sobre o caso para ela acreditar. Ele não se surpreendeu com nossa chegada, não reclamou, não resistiu. Agiu naturalmente”, contou o delegado. Foi através de um aplicativo de namoro que Ireno conheceu a nova namorada. Em dezembro, resolveu ir morar com ela. A Polícia Civil catarinense, com pistas de que ele havia se mudado para Charqueadas, fez contato com a equipe gaúcha, que averiguou as suspeitas e localizou o foragid

A prisão ocorreu há pouco mais de um ano depois do feminicídio da médica Lúcia, o primeiro em Santa Catarina durante a pandemia do coronavírus. O casal estava na casa de férias quando o crime aconteceu. A perícia concluiu que ela foi morta por estrangulamento. Ireno confessou a autoria do crime. O caso foi registrado no Centro.

Após matar a companheira com quem mantinha um relacionamento desde 2013, Ireno foi até a casa de um filho em Gaspar, cidade que fica distante mais de 30 quilômetros de Itapema. Quem comunicou a Polícia Militar sobre o crime foi um genro do homem. O idoso foi preso em flagrante horas depois ao retornar ao apartamento onde o assassinato aconteceu.

A prisão foi convertida em preventiva dois dias depois e o homem ficou preso na Unidade Prisional de Itapema até junho. O mesmo juiz que determinou a prisão dele em março entendeu após os depoimentos que a liberdade de Ireno não “representava risco à ordem pública” e que não haveria perigo de “reiteração dessa prática delituosa”. O juiz pontuou também a idade dele e o risco de transmissão do coronavírus como fatores para a soltura.


A prisão preventiva só foi restabelecida 60 dias depois da soltura. No mês passado, com Ireno ainda foragido, a família da médica criticou a demora no andamento do processo.

Contraponto

O advogado de Ireno, Alex Blaschke, explica que o cliente deve permanecer no Rio Grande do Sul à disposição da Justiça porque as transferências de presos entre os Estados não estão sendo feitas por conta da pandemia.

A defesa espera uma decisão favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre um habeas corpus requerido no ano passado e a sentença do juiz catarinense (sobre a ida a júri popular por feminicídio ou não) para tentar um recurso. O advogado contesta que o crime seja um feminicídio e busca que o caso seja tratado como homicídio simples.


 

Fonte: Santa/NSC

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