‘Melzinho do amor’, estimulante sexual que virou moda no Brasil, pode ser fatal

24/05/21 às 20h20
Atualizado em 04/04/24 às 09h28
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Foto: Reprodução/RIC Record TV

Ganhando cada vez mais popularidade entre os casais, um estimulante sexual, conhecido como o ‘melzinho do amor’, pode ser muito perigoso para a saúde, principalmente porque pode ter componentes que não estão descritos na embalagem. Febre em São Paulo (SP), o item tem se espalhado pelo país como a nova moda entre os jovens. No rótulo do ‘melzinho do amor’, o produto é descrito como feito de mel, própolis, agrião e guaco, ingredientes comuns para tratamento de doenças relacionadas ao sistema respiratório.

O que não está descrito, porém, é que o ‘melzinho’ contém Sildenafil, componente usado em remédios para disfunção erétil, em uma dose equivalente a mais de dois comprimidos do medicamento, o popular ‘Viagra’ ou ‘azulzinho’. Isso foi comprovado através de análises em laboratório.

O ‘melzinho do amor’ foi encontrado em diversas lojas de Curitiba, com preços em cerca de R$ 20 a R$ 25. O perigo é que a substância Sildenafil pode acarretar em uma “diminuição da pressão arterial que pode ser fatal”, de acordo com a perita farmacêutica Paula Carpes Victório e que pode ser ainda pior quando associada ao consumo de bebidas alcóolicas, que potencializam o efeito do estimulante. Para pessoas com complicações cardíacas, principalmente, o ‘melzinho do amor’ pode trazer diversos problemas.

Um empreendedor de Curitiba, Osvaldo Brasil, contou como foi sua experiência com a substância. “Peguei um dia lá, tomei um sachêzinho, um pacotinho do tal do ‘melzinho’, rapaz, não é que o negócio foi legal?”, afirmou. Depois que analisou o rótulo e percebeu que não havia nenhuma certificação de órgãos reguladores da saúde, Osvaldo contou que não tomou mais o ‘melzinho’, com receio por não saber o que estava ingerindo e quais os seus riscos.

O produto não tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser vendido no Brasil. Seis marcas foram identificadas no Brasil — cinco delas importadas e produzidas em países como Líbano e Malásia. Apenas uma delas é nacional, comercializada por uma empresa sediada em São Paulo.

 

Fonte: ND+

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