20/02/19 às 19h19
Atualizado em 06/11/24 às 11h54
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Conhecido em São João Batista pelo seu carisma e simpatia, Pedro Tomaz, 58 anos, natural de Itajaí, tem uma história de vida difícil. Sem residência fixa, ele recebe apoio dos amigos que fez no município para ter um local para pernoitar. Devido a um acidente de trabalho há mais de 15 anos no Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhaunsen, em Itajaí, ele deixou de trabalhar e recebe ajuda do governo do estado.
É pelas ruas da cidade que Pedro passa os dias sempre bem acompanhado da sua maior paixão: a cachaça 51. "Nunca fiz mal a ninguém, nunca estive na porta de uma delegacia. Fico levemente embriagado, mas não incomodo ninguém", afirma.
Há dois anos, Pedro conheceu a empresária Márcia Giacomossi, ao visitar a loja Dudalinda. E desde então, passa toda semana para cumprimentá-la. "Pedro é uma pessoa muito boa. Está sempre alegre, nunca me incomodou. Brinco muito com ele, dei perfumes para tirar o cheiro de cachaça, mas nunca dei um litro de bebida ou dinheiro para comprar", conta.
Entretanto, na semana passada, durante uma das visitas de Pedro, a empresária - que preza muito em espalhar o amor para as pessoas para assim, fazer um mundo melhor -, pensou em como poderia presentear o amigo. "Enviei na quarta-feira, 13, um e-mail para a 51 contando a história do Pedro. No dia seguinte já me responderam que enviariam um presente a ele".
Nesta terça-feira, 19, o representante comercial da empresa Cia Muller de Bebidas, Luiz Felipi, esteve na Dudalinda para entregar um kit da empresa a Pedro. "Ficamos muito felizes com o carinho do Pedro pela 51. E também parabenizo a Márcia pela atitude. Com certeza pessoas assim ajudam o mundo a ser melhor, mais feliz e alegre", diz.
O kit foi entregue por Márcia ao Pedro, que ficou bastante emocionado. "Desde que experimentei a 51, não parei mais. Já fui a Pirassununga (SP) [município onde é fabricada a cachaça] e quero mandar um abraço para o povo daquela cidade. Quero agradecer a 51 e pedir para que nunca parem de fabricar, porque se não vou ter que parar de beber também", brinca.
Sentimento de gratidão
A empresária Márcia comemorou com Pedro o presente recebido e afirma que ver a felicidade no rosto do amigo a deixou mais feliz. "O mundo precisa disso. De pessoas boas como o Pedro, que espalham alegria e amor", diz.
Ela ainda agradece a empresa Cia Muller de Bebidas pela presteza em que atendeu e acolheu a história de Pedro. "Toda pessoa gosta de ser reconhecida. É uma necessidade do ser humano. Deixo também meus parabéns à Cia Muller que, de prontidão, acatou o e-mail e não mediu esforços para presentear o Pedro".
Vida nas ruas
Nascido em Itajaí, Pedro retornou ao município batistense há 10 anos para viver na terra da falecida mãe. A vida pelas ruas iniciou cerca de 15 anos, após separar-se da esposa. Há um ano, ele ainda viveu o pior momento de sua vida ao perder a filha Ariane, de 22 anos, em um acidente de trânsito. "Pensei que ela ia me enterrar e tive que passar por esse momento. Todos os dias antes de dormir eu choro lembrando dela", emociona-se.
Após perder tudo o que tinha, Pedro viajou pelas ruas de quase todo o Brasil, mas foi São João Batista que ele escolheu para criar raízes. "Transferi meu título de eleitor para cá e aqui eu vivo com o apoio dos amigos que fiz. Sou o mais perdido da família, mas sou pelo certo, gosto das pessoas humildes", comenta. Ele ressalta que apesar de ser um amante da bebida, nunca experimentou outro tipo de droga em sua vida.
Fonte: Jornal Razão
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