Saiba o que é VPN, ferramenta proibida por Moraes para acessar o X

31/08/24 às 17h17
Atualizado em 27/11/24 às 23h37
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Foto: divulgação

A suspensão da rede social X (antigo Twitter), determinada na sexta-feira (30) pelo Ministro Alexandre de Moraes, do STF, abriu especulações sobre o uso da tecnologia VPN (Virtual Private Network) para acessar o aplicativo. No entanto, o ministro determinou a criação de barreiras tecnológicas para download desse tipo de ferramenta no Brasil.
Moraes chegou a determinar que fosse aplicada uma multa diária de R$ 50 mil para quem tentar burlar o sistema usando VPN, mas recuou em relação à penalidade.

O VPN tem sido usado para proteger a privacidade online, já que criptografa dados e oculta o endereço de IP. Ele cria uma conexão segura com a a internet, como explica o especialista em tecnologia Alexandre Andrade. “A ferramenta também é bastante utilizada para acessar conteúdos que podem estar bloqueados em determinadas regiões”, diz ele.

“O VPN funciona direcionando seu tráfego de internet por meio de um servidor remoto, o que cria um ‘túnel’ criptografado. Isso significa que qualquer dado transmitido é protegido, e o endereço IP que os sites veem não é o seu, mas o do servidor da VPN”, detalha o especialista.
Especialistas divergem

Victoria Luz, especialista em inteligência artificial (IA) para negócios, confirma que a ferramenta é utilizada para proteção de dados. “Muitos profissionais precisam utilizar VPN no seu dia a dia, seja para proteger informações sensíveis de clientes ou para acessar ferramentas e sites internacionais”, diz.

Em outras palavras, a tecnologia faz parecer que o usuário está navegando pela internet de outro país, contornando eventuais bloqueios geográficos.

“Isso não apenas protege sua identidade, mas também adiciona uma camada extra de segurança, especialmente quando você está usando redes Wi-Fi públicas”, acrescenta Victoria.

Especialistas explicam que é possível detectar o uso de VPN. “Alguns métodos incluem a identificação de endereços IP que são conhecidos por pertencer a servidores VPN, ou [também] por meio de técnicas avançadas, como a inspeção profunda de pacotes (DPI), que examina os dados transmitidos em busca de padrões específicos”, explica o especialista.
Praticamente impossível

“No entanto, VPNs de alta qualidade conseguem mascarar esse tráfego, tornando a detecção mais complexa”, complementa.

Segundo Marcelo Crespo, especialista em direito digital e coordenador do curso de direito da ESPM, é praticamente impossível que exista uma forma de monitorar o uso de VPNs por brasileiros.

“Muitos deles já têm VPNs configuradas nos smartphones e dentro de casa. Isso significa que vai ser muito difícil fazer esse acompanhamento. Vai depender muito de investigações e denúncias para se chegar a alguém que esteja usando a VPN. É algo que pode fazer com que milhares de pessoas possam recorrer ao uso ilegal da aplicação e acabar sendo alvo de medidas judiciais”, avalia.

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Foto: Guararema News

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