18/01/19 às 08h08
Atualizado em 26/06/24 às 01h26
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Santa Catarina bateu o recorde de demanda de energia elétrica três vezes nesta temporada. Na última quarta-feira (16), às 15h, foi atingido o maior consumo da história: 4.989 megawatts (MW). O dia anterior, terça (15), tinha sido o ápice até então (4.875 MW), superando a marca de 4.828 MW em 12 de dezembro de 2018.
O número desta quarta supera em 3,4% o valor de dezembro. O recorde antes destes, 4.760MW, havia sido registrado em fevereiro de 2017.
O recorde é atribuído principalmente ao forte calor e o consequente uso do ar condicionado em unidades residenciais e comerciais.
– Dez anos atrás, o que puxava era o chuveiro elétrico, agora é o ar-condicionado. Eu conheço residências que tem um ar em cada cômodo da casa. Antes o pico era no início da noite, também por causa da iluminação pública, mas agora, com os ares, essa demanda foi deslocada para o meio da tarde – afirma o chefe do departamento de comercialização e gestão de energia da Celesc, Gustavo Cavalcante.
Além disso, o meio da tarde é um período em que as indústrias também estão em atividade e contribuem para o pico. Cavalcante observa que dificilmente o recorde é batido na primeira semana do ano, quando muitas empresas estão em férias coletivas.
Capacidade de fornecimento não preocupa Celesc
A Celesc não tem preocupação de que o consumo chegue ao máximo da capacidade instalada da companhia, que é mais de 6 mil MW. Ainda assim, é recomendável, tanto para a saúde do sistema quanto para a redução de gastos, que os usuários tomem medidas para economizar energia. Trocar eletrodomésticos antigos por aparelho mais novos e mais econômicos é uma das dicas.
Para um uso mais eficiente do ar-condicionado, o grande responsável pelo aumento no consumo, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recomenda a limpeza periódica dos filtros e também a instalação de cortinas nas janelas que recebem sol direto. Cavalcante ainda lembra que é fundamental instalar o compressor do aparelho em um local ao abrigo da luz solar.
Em uma padaria no Sul da Ilha de Florianópolis, a conta de luz chega a aumentar em 20% no mês de janeiro. O aumento do movimento de clientes resulta em mais abre e fecha dos cerca de 15 equipamentos de refrigeração do estabelecimento, o que faz o consumo dos aparelhos aumentar. Fora isso, no auge da estação mais quente do ano os três ares-condicionados ficam o dia todo em carga máxima.
– A gente sente que (a conta de luz) ficou mais cara de um tempo para cá. Mas a gente não tem condição de trabalhar sem os ares ligados – diz a gerente Naná Fátima.
Bandeira verde
Para o alívio dos consumidores, este mês não tem tarifa adicional em função das condições de geração de energia elétrica. As bandeiras tarifárias, criadas pela Aneel em 2015, aumentam o valor da conta de luz conforme o nível (amarelo, vermelho 1 e vermelho 2). O nível de água nos reservatórios da hidrelétricas afeta a definição da tarifa: se é necessário o acionamento de usinas térmicas, a bandeira mais cara é acionada.
Ainda assim, as contas têm ficado mais caras de maneira geral. Em agosto de 2018, a Celesc anunciou o reajuste anual médio de 13,86%. O aumento foi de 13,15% para consumidores de baixa tensão (residências, pequenos comércios) e de 15,05% para consumo de alta tensão (indústrias e unidades comerciais de grande porte como shopping centers).
Fonte: VFoto: Divulgação
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