12/04/19 às 15h15
Atualizado em 21/12/23 às 12h11
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Tendo em vista os casos de maus tratos e abandono de animais de grande porte em vias públicas, a Administração Municipal de Tijucas, através do Secretaria Municipal de Agricultura, assinou na última sexta-feira (05) o convênio para apoio em resgate e proteção à animais na cidade. Para a médica veterinária Lorena Florenço, que trabalha no setor, o convênio visa amparar e fiscalizar o bem-estar animal no município.
“Foram oito animais de grande porte atendidos desde janeiro devido a maus-tratos ou soltos em vias públicas. Nosso procedimento anterior ao convênio era composto apenas pelo recolhimento do animal para um pátio e o proprietário tinha cinco dias úteis para entrar em contato e retirar o animal. Teve até um caso de uma égua abandonada duas vezes na cidade”, conta a veterinária Lorena.
De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pesca e Meio Ambiente a falta de um local público adequado para tratamentos médicos a longo prazo dos animais machucados motivou a contratação de uma empresa especializada. Para o secretário José Leal da Silva Júnior, o conhecido “Lealzinho”, agora os animais serão recolhidos e tratados adequadamente. Mesmo aos finais de semana, feriados e durante a madrugada.
“O convênio tem grande importância para nós. Perdi vários amigos em acidentes envolvendo animais de grande porte soltos em vias públicas. Até o mês de março os atendimentos eram realizados pelos servidores da secretaria, mas após o recolhimento não tínhamos um local adequado para prestar atendimento e acompanhamento médico aos animais doentes, agora eles terão a devida atenção”, informa o secretário “Lealzinho”.
Quem é o GOR?
A empresa vencedora da licitação foi o Grupo de Operações e Resgate (GOR), uma ONG já conhecida na região por atender de forma notável as cidades de Governador Celso Ramos, Itapema e principalmente Porto Belo. O GOR prestará auxílio ao município de Tijucas em situações envolvendo cavalos e bois. O presidente da entidade, Pedro Henrique da Silva, explica como o órgão funciona.
“O GOR é uma ONG de proteção animal que atua na região da Costa Esmeralda e trabalha todos os tipos de casos de maus-tratos e abandono de animais de grande e pequeno porte. A população pode nos acionar quando ver um animal em situação de maus-tratos em via pública, em terrenos ou um animal abandonado que precise de socorro, inclusive ligando para a Polícia Militar, que eles nos acionam nestes casos”, explica Pedro.
Dados da primeira semana
Entre as ações a serem realizadas pelo grupo estão: inibir maus-tratos e abandono, resgate de animais em situação de risco, ao convívio humano ou maus tratos, atendimento de emergência 24h para busca e salvamento, suporte médico veterinário 24h para situação de maus tratos a animais e transporte dos mesmos em segurança. Pedro Henrique revela o número de atendimentos realizados no município até agora.
“Em Tijucas, em uma semana de convênio, já realizamos quatro atendimentos. Em toda região realizamos cerca de 20 ocorrências por mês envolvendo animais de grande porte. Após o recolhimento dos animais, eles foram para o sítio de reabilitação, onde serão tratados e medicados. Depois de 90 dias eles serão doados a uma nova família. A doação acontece após uma investigação social das pessoas interessadas na adoção”, destaca o presidente do grupo.
O prefeito do município Eloi Mariano Rocha elogiou o trabalho desenvolvido pelo grupo, que conta com 18 voluntários e prestam atendimento em diversas situações, como: desastres naturais, resgate de animais e pessoas em risco. O GOR conta com integrantes preparados para atender às ocorrências: bombeiros (civil e comunitário), guarda-vidas, ex-militar do exército, enfermeiros, técnicos de enfermagem e médico veterinário. Ele defendeu a importância da atuação dos resgatistas no município.
“Trata-se de um grave problema de nossa cidade e uma antiga reivindicação da comunidade, afinal, além de colocar em risco a vida dos próprios animais, o fato de estarem soltos pode causar inúmeros acidentes. Por isso a importância de garantir um serviço especializado que saiba fazer o recolhimento e dar a destinação correta a estes animais”, assegura o prefeito.
Para a égua prenha de 3 anos que ganhou o nome de Lolita pelos voluntários é a oportunidade de um novo começo. Ela foi abandonada e estava machucada no pátio da secretaria, agora Lolita recebe os cuidados necessários num verdadeiro spa animal, junto com outros 20 cavalos. Ela e o seu potro devem agora ter uma vida livre e feliz.
Texto: Patrícia Ferreira | Fotos: Larissa Souza | Vídeo: Karina Peixoto
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